sábado, 25 de outubro de 2014

O Preconceito

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Minha irmã mais velha, ficou triste média de uma semana, seu marido argumentou à ela o porque da tristeza, ela contou sobre meu caso.
Quando fui visita-los, percebi que meu cunhado pouco me olhava, não me deu a mão pra me cumprimentar, me ignorou, questionei para minha irmã o porque do comportamento dele, ela me disse que contou à ele. Ele havia dito à ela que eu teria que sentar na mesma cadeira, comer nos mesmos talheres, pratos, evitar de ter contato com minha sobrinha, ao ouvir isso, me segurei para não chorar, mas o que me conforma é que infelizmente o conhecimento dele em relação à isso é primitivo.
Solicitei para que minha irmã desse mais detalhes sobre o vírus e formas de transmissões. Uns dias se passaram e num dia, tive que pega-lo no aeroporto de Congonhas, ele me deu a mão para me cumprimentar e percebi que ele tinha ignorado um pouco o preconceito.
Quando conversei com minha psicóloga e infectologista, sempre chorei quando batia na tecla sobre o preconceito. Talvez, a dor maior não é o vírus e o que ele causa, mas sim o preconceito que gira em torno da sociedade achando que toda pessoa que possui HIV são homossexuais, prostitutas(os), pessoas vulgares, drogados…
Um dia, uma enfermeira me disse: – SEJA VOCÊ TRÊS VEZES! PENSE EM VOCÊ ACIMA DE TUDO!
Já me senti um zumbi, um morto vivo, medo de transmitir o vírus para qualquer um! Me sentir um inútil! Mas calma aí! Estou errado pensar assim! Meu coração bate pulsando sangue, eu respiro!! Sou um ser vivo e querendo viver também! É um vírus gente! Há tratamento! Uma pessoa com HIV vive muito bem se ela apenas se cuidar, algumas coisas podem ter se tornado restrito, mas não é o fim do mundo!
A infectologista que me receitou as medicações, tanto o outro infectologista que me solicitou os exames, ambos falaram as mesmas coisas: – Uma pessoa hipertensa ou com diabete sobre muito mais que alguém que tenha HIV e ambos tomam medicações.
Hoje estou mais forte, estou começando a ignorar que possuo HIV, lógico que transo com cautela e sempre usando camisinha, tomo certinho a minha medicação, estou vivendo e seguindo a minha vida normalmente!

VIVA! SEJA FELIZ!

NÃO TEMA O PRECONCEITO! MUITAS VEZES, ELE PODE ESTAR APENAS DENTRO DE VOCÊ!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Sintomas e diferença do HIV e AIDS

Acho feio o termo AIDS (Acquired Immunodeficiency Syndrome) ou conhecida também como SIDA (Síndrome da imunodeficiência adquirida).
Ser portador do vírus HIV não é ter AIDS. Imunodeficiência é uma inabilidade do sistema de defesa do organismo para se proteger contra microrganismos invasores, como o vírus HIV. A Aids não é causada espontaneamente, mas por um fator externo (a infecção pelo HIV).
Mas o vírus tem um longo período de incubação antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso. Por isso, uma pessoa pode ser portadora do vírus sem necessariamente estar com Aids.
Atualmente, a Aids é considerada uma doença de perfil crônico (abre portas para doenças inoportunas). Ela não tem cura, mas tem tratamento, de maneira que uma pessoa com a doença pode viver com o vírus HIV por um longo período, sem apresentar nenhum sintoma. Quanto mais cedo a presença do vírus for detectada, mais eficiente poderá ser o tratamento.

O Vírus da Imunodeficiência Adquirida é o vírus causador da Aids. Ao entrar no organismo humano, ele se instala nas células do sistema imunológico, responsáveis pela defesa do corpo. As células mais atingidas pelo HIV são os linfócitos CD4+, justamente aquelas que comandam a resposta específica do corpo diante de agentes como vírus e bactérias.
Instalado dentro das células, o vírus consegue se multiplicar e se espalhar pela corrente sanguínea, contaminando outras células. Com a defesa do corpo prejudicada pelo vírus, a pessoa infectada fica sujeita ao aparecimento de vários tipos de doença.

Mas o HIV pode levar vários anos dentro de um organismo antes de aparecerem os primeiros sintomas. Isso depende do estado de saúde da pessoa, principalmente. Por isso, ser portador do vírus HIV é diferente de ter Aids.

Alguns sintomas do vírus:
- Fique atento a febres ou suores noturnos excessivo. 

  • Esses sintomas comumente ocorrem durante os estágios iniciais de uma infecção por HIV, que são chamados de Estágio Primário ou Agudo de Infecção por HIV. Novamente, muitas pessoas não têm esses sintomas, mas normalmente os sentem de 2 a 4 semanas após contraírem o HIV.
  • Calafrios, dores musculares, inflamações na garganta e dores de cabeça – que também são sintomas de gripe e resfriado – também podem ser sinais de uma infecção por HIV.

- Verifique se há glândulas inchadas no pescoço, nas axilas ou na virilha
- Observe casos de náuseas, vômitos e diarreia.
- Preste atenção a úlceras bucais e genitais
- Determine se você está sentindo fadiga aguda sem causa explicável

Reconhecendo Sintomas Avançados

- Fique atento à tosse seca
- Observe manchas irregulares (vermelhas, marrons, rosadas ou púrpuras) na pele.
- Preste atenção caso você pegue pneumonia.
- Fique atento a infecções fúngicas, especialmente na boca.
- Examine suas unhas para obter sinais de fungos.
- Determine se você está sentindo uma rápida perda de peso sem causa conhecida

Não espere que os sintomas ocorram para ser examinado!
Muitas pessoas não sabem que têm o HIV até os sintomas aparecerem, muitas vezes confundido como uma gripe. O vírus pode ser carregado pelo seu corpo por dez anos antes de os sintomas começarem a surgir. Se você tiver um motivo para pensar que contraiu HIV, não permita que a falta de sintomas lhe impeça de se examinar. É melhor saber de seu estado o mais rápido possível.

  • Se você estiver preocupado, marque uma consulta com seu médico de preferência.
  • O HIV não é um vírus encontrado no ar ou em alimentos. O vírus não sobrevive muito tempo fora do corpo.
  • Por favor, faça o teste! Caso não saiba se você contraiu a doença ou não. Isso será correto e seguro para você e para os outros.

Este blog não tem caráter de diagnóstico! Se você esta com dúvidas, nada melhor que procurar um posto de saúde do governo ou seu médico de preferência e solicitar um exame de DST/HIV e tirar suas dúvidas! O quando antes o diagnóstico, melhor!

Em busca do conhecimento

Comecei a pesquisar na internet sobre o vírus, sintomas e imediatamente procurei um infectologista do plano de saúde.
O infectologista me solicitou uma bateria de exames, fui em busca dos efeitos colaterais das medicações e quem toma e quando se toma, etc...
Minha irmã mais velha, a única a saber, percebeu que nesta semana que eu soube que era portador do vírus HIV, ficou surpresa que eu passava tranquilidade para ela e que tudo daria certo! Tanto para mim e ela, sou a pessoa mais próxima a ter contato com alguém que tenha vírus.
Meu maior receio era minha irmã impedir a eu ter contato com sua filha, minha sobrinha de 4 anos.
Passei vários links informativos para minha irmã ler, os mesmo que eu me informava.
O infectologista me falou que um portador de vírus HIV basta apenas tomar as medicações, praticar exercícios e ter uma alimentação saudável, nada de carnes poucas cruas, comer alimentos bem cozidos e lavados. Para me acalmar, o doutor me falou que quem tem diabetes e hipertensão sofre mais que um portador de vírus HIV.
Uma dica que ele me deu, já que eu ainda não tomava medicação alguma, era que quando eu sentisse algo de anormal no organismo como gripe, febre, mal estar, sintomas que as vezes temos e que ignoramos, era para eu procurar um plantão médico e relatar que eu era um soro positivo e que ainda não estava tomando medicação.
Por momentos, me sentia um zumbi, que eu poderia passar para qualquer um e contaminar com o vírus, me senti um inútil.

Fiz todos exames que o infectologista solicitou, levei à um posto de saúde e os mesmos foram analisados, no posto recebi mais orientações de como lidar com esta minha "nova vida".

Saiba que hoje existem pessoas com mais de 20 anos sendo portadoras do vírus, um portador pode ser homem, mulher, velho, jovem, criança, independente de cor, raça, sexo, orientação sexual e lugar em que se vive, basta apenas estar vivo!
Há casais, tanto heterossexuais como homossexuais que o(a) parceiro(a) tem o vírus e outro(a) não e vivem bem! Bastando apenas ter cuidados. Casais conseguem ter filhos e o filho pode nascer sem o vírus, mesmo que pai ou mãe seja soro positivo.
O foco é: SABER VIVER, COM AMOR E SABEDORIA!

O que é AIDS

A aids é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado.
Há alguns anos, receber o diagnóstico de aids era uma sentença de morte. Mas, hoje em dia, é possível ser soropositivo e viver com qualidade de vida. Basta tomar os medicamentos indicados e seguir corretamente as recomendações médicas.
Saber precocemente da doença é fundamental para aumentar ainda mais a sobrevida da pessoa. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda fazer o teste sempre que passar por alguma situação de risco e usar sempre o preservativo.

O que é HIV?

Conforme o site do governo

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
Biologia – HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.

Que sou e como descobri que sou Soro +


Olá pessoal,
Me chamo... quem sabe um dia crio coragem e me exponho, tenho  29 anos.
Nasci e cresci em uma cidade pequena no estado do RS. Quando jovem, sempre fui tímido e ficando com poucas garotas.
Com 25 anos, sai do interior do estado e vim morar em São Paulo, enfim, consegui entrar na profissão que tanto almejei, ser comissário de voo. Ainda sendo tímido, tive dificuldades em fazer amizades, até que um dia eu descobri que um tal aplicativo de celular estava bombando entre os gays! Era novidade e a era da internet 24hrs no celular começava a expandir no Brasil. Este aplicativo se chama Grindr.
Sempre tive uma queda por homens, um dia, resolvi instalar este app em meu celular e então conheci um rapaz, aonde acabamos tendo um relacionamento de uns 3 à 4 meses. O relacionamento não deu certo, sofri muito e comecei a me culpar e cobrar porque eu não queria ser gay. Me relacionei com algumas garotas, não deu certo.
Resolvi usar novamente o aplicativo que era mais voltado para ter sexo sem compromisso e com estranhos, a moral do aplicativo? Bater papo, se encontrar, se rolar clima (que muitas vezes nem rolava), transar, gozar e cada um ir pro seu canto. Fiz isso várias vezes! Infelizmente, algumas vezes fora sem preservativo. Errei? SIM! Muitas vezes achamos que aquela(e) parceira(o) por ser de boa índole, bonita(o), pessoa aparentando ser saudável, acabamos ignorando "nosso amor" e acabamos cometendo erros como transar sem proteção.
O tempo passou... Comecei a ter consciência de meus erros, e que eu estava fugindo de meus princípios e que eu não estava me respeitando, comecei a parar de usar estes apps (Grindr, Tinder, Scrufff, Hornet...).
Eu via um amigo meu que o considero um irmão para mim que usava muito estes aplicativos, o alertei várias vezes, sobre os perigos e pela consciência que adquiri pelas doenças que andam soltas por ai.
Final de 2013 minha mãe faleceu, chorei muito, uma pessoa que tanto amo deixou seu lado físico e partiu para uma colônia espiritual (sou espírita). Neste período minha imunidade baixou e surgiu algo diferente em meu pênis, eu estava "voando", ou seja, trabalhando e em Porto Velho, começou a me dar febres e dor de garganta, avisei os meus colegas de voo que iria num plantão médico ver de minha febre e da garganta. Uma doutora me analisou e me diagnosticou que eu estava com herpes no pênis e assim iniciei um tratamento passando a pomada aciclovir. Chorando todos dias e tento pequenas febres, liguei para a empresa e solicitei para sair do voo, retornei ao RS e fiquei com minha família, minhas irmãs. Tive muitas febres e dor de garganta, fui novamente num plantão médico e uma médica me injetou duas Benzetacil e melhorei!
Retornei à São Paulo e procurei um urologista para solicitar exames de DST e que ele analisasse esta tal herpes que já estava quase cicatrizada. Eu já sentia que eu havia adquirido o vírus do HIV. Nos exames constaram que eu tinha HPV e não herpes, e sim, eu soube que eu era um soro+.O dia que vi meu exame, coração bateu acelerado e a respiração ficou ofegante! Vi meus exames e estava lá, escrito vários REAGENTE!

ANTICORPOS ANTI HIV1/HIV2 EANTÍGENO p24
RESULTADO: REAGENTE
INDEX: 19,99
Valor de refrência
19,9 Reagente: Indice >ou =0.25
Não reagente: Indice <0.25
HIV1, ANTICORPOS (WESTERN BLOT)(2)
BANDA GP160 ........ REAGENTE
BANDA GP120 ........ REAGENTE
BANDA P6 ............... REAGENTE
BANDA P5 ............... REAGENTE
BANDA P51 ............. REAGENTE
BANDA GP41 .......... REAGENTE
BANDA P40 ............. REAGENTE
BANDA P31 ............. REAGENTE
BANDA P24 ............. REAGENTE
BANDA P17 ............. REAGENTE
PADRÃO ...................REAGENTE PAR HIV1

Entrei em desespero! Chorando muito e tremulo, começou a passar um filme diante de mim! Eu sem vida, solitário, que não poderei realizar meu sonho em ser pai, ter alguém para amar, que serei discriminado, fiquei sem chão! Rapidamente mandei mensagem para minha psicóloga e a mesma me chamou para eu ir em seu consultório, lá ela abraçou e me confortou, chamou uma doutora, sua amiga, para me esclarecer algumas coisas.
No consultório, criei coragem e liguei para minha irmã mais velha, chorando pelo telefone, ela me confortou e me disse sábias palavras e que eu não iria viver esta vida sozinho e que eu teria ela para o que der e vier. A doutora me questionou se eu andei tendo relações sem preservativos, falei que sim, mas que também à uns 6 meses atrás fui duas vezes em um consultório dentário aonde que o dentista não tinha secretária e ele mesmo atendia telefonemas, mexia em minha boca e dos pacientes sem luvas (dava pra ver ele atendendo pois deixava a porta da sala de espera aberta). Não vi ele esterilizando as ferramentas e ou trocando agulhas, mas o desespero pela dor do dente era maior (trinquei a raiz do dente com amendoim) que ignorei o que eu via. Denunciei para a Anvisa. E também tive que fazer exame de colonoscopia aonde que horas após o exame tive febre alta e parei num plantão para tomar soro e baixar a febre, a médica, após de analisar o exame de sangue, me falou que eu tinha adquirido alguma infecção, já que o de colonoscopia não devia ter me dado estas reações como febre alta.
As primeiras semanas, comecei a me isolar das pessoas, ter vergonha de mim mesmo, e pelos arrependimentos.
Meu maior medo era o preconceito da sociedade! E este medo continua até hoje! Mesmo após 6 meses sabendo que sou portador do vírus HIV.